terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dicas de Saúde Vocal - Parte 1

Já comentei aqui no blog, e não custa repetir, devemos cuidar da nossa voz, é nosso instrumento de trabalho, não apenas para cantores, mas para atores, locutores, vendedores, telefonistas, advogados, professores, políticos, médicos, recepcionistas, clérigos, etc. e nosso maior meio de comunicação e expressão.

O livro Higiene Vocal: Cuidando da Voz, de Mara Behlau e Paulo Pontes, traz dicas importantes do que faz mal para a voz, e complemento as informações com material publicado pelo Dr. Robert Thayer Sataloff e preciosas informações do fonoaudiólogo Felipe Moreti durante especialização em voz no CEV - Centro de Estudos da Voz.

Saúde Vocal e Fatores de Risco

Diferentes substâncias, situações e comportamentos causam diferentes reações em quantidade ou qualidade nas pessoas de acordo com seus organismos, genética, metabolismo, resistência, predisposição, etc.
Os itens abaixo dependem da reação individual de cada pessoa, alguns são mais afetados, outros são menos, e tem aqueles que não são afetados por determinados fatores, encontre seus limites para manter a melhor e mais saudável produção vocal.

Falta de treino e conhecimento.

Usar a voz, por si só é um fator de risco. Se você usa a voz pode danificá-la. Se você usa a voz com bastante frequência pode danificá-la mais ainda. Se usa com muito volume ou intensidade o tempo todo, então, é aí que o perigo mora.

Não se deve falar ou cantar? Nada disso. Não devemos levar a voz aos extremos e utilizar efeitos, agudos, graves, etc? Longe disso, fronteiras existem para serem cruzadas, mas com paciência. Devemos saber nossos limites atuais e trabalhar para aumentá-los, só assim teremos uma longevidade vocal maior.

Para reduzir ou evitar os danos existe a técnica vocal e os cuidados com a saúde vocal.
Quanto mais dos dois você tiver, menor o risco. Mas lembre-se, ele existirá sempre, pois um cantor profissional, um ator, locutor, etc. são como atletas de alto nível, eles usam a voz o tempo todo com grande exigência, e devem continuar fazendo, mas mesmo os esportistas mais bem treinados e cuidadosos estão sujeitos à lesões e ao cansaço.

Uma coisa importante que aprendi com o convívio com profissionais da área médica é que muita gente muito bem preparada pode ter problemas vocais, simplesmente pelo excesso de uso. Coisa muito comum se pensarmos em grandes turnês, ou rotinas muito uso vocal. Estranho é se cansarem uma música, um show. Se isso acontece algo está sendo feito errado. 
Mais cuidado, técnica e auto conhecimento significam menor risco, tenha-os sempre ao seu lado. Preguiça e acomodação são os pais de todos os riscos.
 
Fumo
O fumo é grande responsável por problemas vocais. Quando se traga a fumaça, o ar quente agride todo o aparelho respiratório e as pregas vocais, podendo causar irritação, pigarro, edemas, tosse, aumento da secreção e infecções. Além de desencadear cânceres como o de laringe e pulmões.

Álcool
As bebidas alcoólicas, principalmente destiladas, causam irritação no aparelho fonador semelhante a do cigarro e reduz as respostas de defesa do organismo, tornando-o mais frágil e suscetível a problemas.
O álcool faz o indivíduo se sentir mais solto e provoca uma leve anestesia na faringe, o que faz algumas pessoas acharem que beber é bom para a voz, fazendo com que elas causem danos às pregas vocais que serão percebidos quando o efeito da bebida passar.
Portanto, muito cuidado com aquele “conhaque para aquecer a voz”.

Drogas
O uso de drogas inalatórias ou injetáveis tem ação direta sobre a laringe e a voz.
A maconha tem os efeitos do fumo em relação à temperatura, com o agravante de não ter filtro, que serve também para resfriar a fumaça. Além disso, as toxinas liberadas pelo papel também são extremamente nocivas.
A cocaína lesa diretamente a mucosa de qualquer região do trato vocal causando irritação e vasoconstrição, altera o controle e percepção sensorial e causa úlceras na mucosa das pregas vocais, além da perfuração do septo nasal.

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