sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Laringe, o canto vem da garganta - Parte 2

Se você não leu a primeira parte deste texto, confira aqui

Ligados às cartilagens está a musculatura intrínseca da laringe, ela tem a capacidade de alterar a posição, a forma, a tensão e a largura das bordas das pregas vocais, mantendo-as juntas separadas, firmes, frouxas, etc. 

Um desses músculos, o tireoaritenóideo (ou TA) forma o corpo das pregas vocais e é dividido em duas porções, a interna (tireovocal) e a externa (tireomuscular). O espaço entre as pregas vocais é chamado de glote, e serve como referência de espaço (já falamos sobre a pressão de ar subglótica, abaixo da glote, por exemplo nos tópicos sobre RESPIRAÇÃO)
  
Outros músculos importantes para o canto são os cricotireóides (ou CT) que quando contraídos aproximam as cartilagens tireoide e cricóide, alongando o músculo vocal (TA). Outros músculos importantes são os cricoaritenóideos posteriores (CAP) que têm como função primária abduzir, abrir as pregas vocais, liberando espaço na laringe para a respiração e os  cricoaritenóideos laterais (CAL) e aritenóideos (AA) que aduzem, aproximam as pregas para possibilitar a fonação.
O ligamento cricóide se contrai e apróxima as cartilagens, alongando as pregas vocais, que estão na parte interior.
São os arranjos musculares que vão determinar que tipo de som está sendo produzido, e será o próximo assunto abordado.
A musculatura extrínseca da laringe por toda a região do pescoço.
Por fim, a musculatura extrínseca da laringe, controla o movimento de sobe e desce da laringe no pescoço, isso modifica na qualidade do som produzido.  A tensão em qualquer um desses músculos pode impedir a livre movimentação da laringe e dificultar ou impossibilitar a produção sonora.

Ainda encontramos dentro da laringe as falsas pregas vocais (pregas vestibulares), que são dobras musculares que não produzem som na fala ou canto “normal”, mas são amplamente utilizadas para distorcer a voz e causar efeitos "guturais", "drives", etc., como se ouve no heavy metal, hard rock, blues, ou mesmo em cantos folclóricos, como o da Mongólia (veja exemplo abaixo). Assunto abordado pelo Dr. Per Ake Lindestad no simpósio CoMeT, realizado em São Paulo em 2012 e comentado AQUI
As pregas vocais falsas, ou vestibulares acima das pregas vocais "verdadeiras", vendo a laringe de frente. O contato dessas pregas distorce o som criando uma esécie de "ruído" na voz.
Repare também nas pregas vocais e como o Músculo Vocal (TA) fica dentro delas. 
Quando elas se unem é que o som é gerado.
Abaixo um vídeo do canto mongol para ilustrar o tipo de som produzido com interferência das pregas vestibulares..

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