As formas de produção sonora vistas no último post (escape, explosão ou vibração) associadas aos pontos de articulação isolodos ou combinados, normalmente com a vibração das pregas vocais, ou mesmo das pregas vestibulares e outras estruturas laríngeas, produzem os sons que conhecemos. Consoantes (mudas ou sonoras), vogais, ruídos, efeitos sonoros, etc.
Cada vogal ou consoante que queremos falar ou cantar possui a sua “forma” na boca, a combinação das partes (língua, mandíbula, faringe, palato mole, etc.) é responsável por transformar o som laríngeo em algo que reconhecemos culturalmente e traduzimos como fala e/ou canto. Muito comum é um cantor inexperiente associar um aumento de volume ou de nota ao abrir mais da boca, ou terminar as frases fechando o som e a boca juntos, mas ao fazer isso ele está alterando a posição dos ressonadores, modificando os formantes que geram as vogais (falaremos disso em breve), alterando o som produzido, um “A”, pode se tornar “Ô, um “I” pode se tornar “Ê” ou “É”, etc. E é importante definir se cantamos “posso” ou “poço”, “forma” de bolo ou “forma” física, e por aí vai.
Todas essas estruturas são utilizadas durante a fala, mas com
muito mais intensidade durante o canto, por isso é necessário desenvolver suas
capacidades motoras, ampliar sua movimentação, tônus e controle. Esse ajuste preciso
dos ressonadores e articuladores pode resolver problemas vocais como
nasalidade, voz entubada, dura, pouco inteligível, e também aquela voz opaca,
sem energia.
Portanto, é muito importante que haja um trabalho no sentido
de flexibilizar e potencializar a movimentação de todo esse mecanismo para
tornar a articulação mais fácil e a produção vocal mais livre. Talvez pessoas mais
extrovertidas, ou de famílias mais “barulhentas” possam ter menos dificuldade
com essa parte, mas isso não significa que sejam mais talentosas, mesmo que no
começo o som saia mais claro e vibrante nessas pessoas (hipótese), apenas estão em um
estagio de desenvolvimento diferente. Os mais tímidos e fechados podem, com
dedicação, consciência e direcionamento correto, resolver essas questões sem
maiores problemas.
Um outro detalhe SUPER importante, e que merece grande atenção de professores e alunos de canto, é o treino da independência das partes do trato vocal. Cantores com pouco controle tendem a movimentar a língua quando abrem ou fecham a boca, contrair ou relaxar o palato mole quando movem os lábios, etc. e outros tipos do que chamo de "movimentação em bloco'. Essa falta de liberdade na movimentação do trato vocal pode limitar muito nossa voz, impedindo até de atingir notas mais agudas ou criar efeitos como vibratos e distorções, por conta de tensões completamente desnecessárias, ou flacidez em musculaturas que deveriam estar mantendo o tônus, mas que estão apenas acompanhando uma tentativa de "relaxar" algum outro lugar. É importante garantir que a língua só se mova quando ela precisar se mover, não quando for "levada", e o mesmo vale para faringe, laringe, maxilar, véu palatino, musculatura extrínseca da laringe (dos ombros e pescoço), etc.. A postura é fator que contribu, e muiro, para essa independência ou "prisão".
Um outro detalhe SUPER importante, e que merece grande atenção de professores e alunos de canto, é o treino da independência das partes do trato vocal. Cantores com pouco controle tendem a movimentar a língua quando abrem ou fecham a boca, contrair ou relaxar o palato mole quando movem os lábios, etc. e outros tipos do que chamo de "movimentação em bloco'. Essa falta de liberdade na movimentação do trato vocal pode limitar muito nossa voz, impedindo até de atingir notas mais agudas ou criar efeitos como vibratos e distorções, por conta de tensões completamente desnecessárias, ou flacidez em musculaturas que deveriam estar mantendo o tônus, mas que estão apenas acompanhando uma tentativa de "relaxar" algum outro lugar. É importante garantir que a língua só se mova quando ela precisar se mover, não quando for "levada", e o mesmo vale para faringe, laringe, maxilar, véu palatino, musculatura extrínseca da laringe (dos ombros e pescoço), etc.. A postura é fator que contribu, e muiro, para essa independência ou "prisão".
Exercícios para trabalhar essa articulação existem há
milênios. Reza a lenda que os gregos treinavam oratória com pedras na boca
discursando no penhasco para o oceano, no ótimo filme “O Discurso do Rei” o
próprio tem que falar com bolinhas de gude na boca para curar sua gagueira. Os trava-línguas (três
tigres tristes comeram três pratos de trigo, etc.) são muito usados ainda hoje,
mas existem também exercícios funcionais que vão direto ao ponto e que seu professor deve conhecer, ou mesmo um fonoaudiólogo.
Em outro texto aqui no site falo sobre a acústica da voz
e como ela determina o som que produzimos através das tais formas do trato vocal (Conheça clicando AQUI), mas é importante saber que, entre outras coisas, o
controle dos ressonadores amplifica o volume, a intensidade da voz. Muitos
cantores tentam cantar mais forte aumentando a pressão de ar (pressionando o abdome com mais força), mesmo que
inconscientemente, e isso dificulta em muito o canto, podendo causar tensões
indesejáveis na laringe que podem até se transformar em lesões, além de instabilidade e perda
do controle vocal.
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